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Indígenas participam do VIII Enletrarte propondo troca de saberes
A mesa redonda intitulada "Movimento Plurinacional WayraKuna: polinizando a vida e semeando o bem-viver" compôs parte das atividades acadêmicas realizadas nesta quarta-feira, 16 de agosto, segundo dia do Encontro Nacional de Professores de Letras e Artes (Enletrarte). Mediada pela professora de Língua Portuguesa do Instituto Federal Fluminense, Eva Gracinda Rangel Seiberlich, a mesa, realizada entre a manhã e início da tarde, teve como convidados os indígenas Megue Tupinambá e Irmânio Sarmento.
Megue é uma das fundadoras do Movimento Plurinacional Social que tem entre seus objetivos, criar espaços para a representação indígena feminina, visando sua organização e fortalecimento. Irmânio é antropólogo e assessor da Associação dos Povos Indígenas das Terras de São Marcos, em Roraima. Para ambos, a participação no evento realizado no Campus Campos Centro do Instituto Federal Fluminense é de grande importância.
"A gente vê essa abertura nas instituições como muito importante pra continuidade de nossa luta. É um espaço importante, onde ganhamos voz, onde temos a oportunidade de falar de nossos anseios, dos nossos objetivos, das necessidades de indígenas mulheres que não têm esse acesso ainda, mas que vão ter! É essa a nossa busca de também: chegar nesse espaço, de expandir esse conhecimento ancestral", comenta Megue.
Irmânio, por sua vez, ressalta que "um evento como esse é o momento de a gente discutir a interculturalidade, todo esse processo de retomada da língua, da cultura e expressões. Principalmente, é uma hora de a gente pensar em troca de saberes. Acho que todas as instituições de ensino estão num momento de troca de saberes", destaca ele.
Protagonismo - Durante a mesa redonda, os convidados do Enletrarte falaram sobre sua história de vida e comentaram sobre a situação dos indígenas no país. Antes, em conversa com a Ascom do campus, ambos mencionaram conquistas recentes para a causa indígena: "Eu percebo assim: por que estamos sendo protagonistas? Porque houve essa abertura nas instituições, houve essa facilidade de mais mulheres entrarem para conhecer a ciência do homem branco e a gente precisa se apropriar desse conhecimento, não esquecendo das origens, dos nossos conhecimentos que são importantes, mas agregar esses conhecimentos para que todos saiam fortalecidos", observou Megue.
Para Irmânio, "é um momento muito oportuno em que os povos indígenas têm agora uma oportunidade ímpar de ter representantes no Congresso Nacional - duas deputadas federais - em que foi criado o Ministério dos Povos Indígenas, a representante da Funai ser indígena e a discussão ambiental está em voga no mundo".
Veja AQUI a programação do último dia do evento.