Uma discreta torneira instalada na saída de um tubo de 100 milímetros de diâmetro permite que seja colhida a água vertida pelo sistema de drenagem de um conjunto de condicionadores de ar. Os canos, por onde escoa a água retirada do ar pelos condicionadores instalados em salas do primeiro andar do Bloco A, convergem para o tubo. Uma vez cheio, a água é retirada com baldes e pode ser usada em atividades como limpeza, molha de plantas e até pequenos reparos em alvenaria. 

Um dos primeiros usuários da água, que antes descia pela parede, ou pingava no piso, é o pedreiro Juveraldo Gomes dos Santos, Seu Juju, um dos mais antigos prestadores de serviço do Campus Campos Centro. Ele estava trabalhando no reparo de uma viga do teto, próxima da cantina e recorreu à torneira.

— Foi um balde de cimento, areia e argila, um serviço pequeno. Enchi outro balde de água na torneirinha e depois peguei mais — explicou Seu Juju.  

De acordo com o diretor de Infraestrutura, Robson Martins, novos pontos de coleta serão montados: "Onde for possível vamos fazer", disse ele explicando ainda que, há tempos, diversos canteiros de jardins do campus têm sua molha feita com água proveniente de aparelhos de ares-condicionados. 

Uma referência da quantidade de água que pode ser potencialmente recuperada é conhecida no trabalho Reúso de água de dreno de ar condicionado para fins não potáveis, publicado na revista Engevista, da Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense (veja AQUI). Os pesquisadores coletaram água em recipientes de 20 litros no período de 22 dias, considerando cinco horas diárias de uso do ar-condicionado. A tabela abaixo, reproduzida do trabalho, mostra os volumes em litros:

Uma outra forma de aproveitamento de água está em projeto: a captação da água de chuva dos telhados das quadras cobertas, do Ginásio de Esportes Fernando Duncan e do Bloco G. A cisterna do Bloco D absorveria águas escoadas em canaletas e tubos, resultando em um armazenamento de 12 mil litros na cisterna.