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Mesa-redonda sobre o filme Meninas (In)visíveis recebe alunos de escola estadual
Após a exibição do filme houve uma roda de conversa (Foto: Raphaella Cordeiro).
O filme é uma produção independente das cineastas Karla Suarez e Isabela Aleixo e foi exibido no Auditório Miguel Ramalho, nesta quinta-feira, 23, e contou com a participação de alunos do Colégio Estadual Almirante Barroso (CEAB). A exibição durou cerca de meia hora e, logo em seguida, houve uma roda de conversa sobre a temática apresentada: o cotidiano de meninas que cumprem medidas socioeducativas no Degase. A mesa foi mediada pela Ivanisy Capdeville e composta por Karla Soarez e a socióloga Renata Souza.
Karla Suarez contou parte da história da produção do vídeo, relatando as observações e experiências de troca com as meninas que protagonizaram o documentário. Ela chama a atenção para a desigualdade de gênero no tratamento das meninas que cumprem as medidas socioeducativas: "A maioria que comete uma mesma infração que um menino acaba respondendo por tempo maior dentro do DEGASE. Além disso, a maioria dos agentes na unidade feminina são homens. Ainda há o acesso aos bens, como televisão, por exemplo: os meninos têm no quarto, enquanto as meninas só têm direito a uma hora de televisão por dia", denuncia. "Existem treinamentos para cada função, não é necessário homem para justificar força física se estamos falando de meninas, em sua maioria de 12 a 15 anos. Isso abre brechas para muitas denúncias de violação, assédio, uso de força física desnecessária", sustenta.
"Estamos sujeitas aos rigores da lei, mas também a uma questão moral que está posta: o machismo. São criadas para servirem e serem dóceis e por isso são duplamente punidas quando cometem uma infração" comenta a socióloga Renata Souza.
Karolyne Barreto de Melo, 18, estudante do CEAB, esteve presente e conta sua experiência com o documentário: "O filme relata sobre a vida das meninas dentro das unidades e eu acho que tinha que ampliar o debate e colocar pessoas mais preparadas, não simplesmente punir as meninas e tratar como se fossem animais". Além disso, ela complementa: "Gostaria que tivesse dado tempo de conhecer mais o IFF, mas aguardo a próxima oportunidade!".