O Coletivo Artístico Saravá vem consolidando há anos sua parceria com o Curso de Licenciatura em Teatro, oferecido gratuitamente no IFF Campus Campos Centro do Instituto Federal Fluminense (CCC-IFF) . Neste segundo semestre do ano, a abordagem acadêmica e as atividades do curso ministrado em Campos começam a estabelecer uma interação com o curso de teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

   O elemento condutor dessa interação, que já trouxe benefício direto para alunos e egressa do Teatro do IFF, é o pós-doutorado da professora Alissan Maria da Silva, cujo marco inicial é sua participação, com alunos do IFF, no I Seminário de Pedagogias Teatrais Negrorreferenciadas, realizado de 9 a 11 de julho na UFBA.

   A nova pesquisa da professora Alissan circula no âmbito do pensar metodologias de ensino na formação de professores e ensino de teatro, tendo em vista as relações étnicos raciais como práticas de criação. Seu plano de trabalho busca estabelecer uma relação entre esta perspectiva formativa na cidade mais negra do país, Salvador, com a cidade mais negra do estado do Rio de Janeiro, Campos dos Goytacazes.

   Ou seja, esse comparativo acontece a partir de análises das licenciaturas em teatro da UFBA e do IFF Campos Centro. ´´Na UFBA já temos uma disciplina específica de teatro negro e eu já assisti algumas aulas da minha supervisora e vi que existem muitas similaridades entre a prática metodológica que ela desenvolve com os alunos e que a gente desenvolve com o Coletivo Artístico Saravá``, explica Alissan.  

   Sobre a relevância do Coletivo Artístico Saravá na formação de pedagogias teatrais negrorreferenciadas, Alissan afirma: “Sem sombra de dúvidas, o Saravá se construiu como uma referência nessas perspectivas, no curso do Instituto Federal Fluminense. E eu ouso dizer até em Campos, porque outras instituições que não têm teatro também nos reconhecem como parceiros, como aporte, como diálogo para a realização dessas ações. Nós tivemos parceria com o Neabi, nossos bolsistas atuaram tanto no nosso, quanto do Neabi da UENF e em ONGs e projetos que solidificam o território das relações étnico-raciais.”