CAMPUS CAMPOS CENTRO

Notícias

Urbana

Pesquisadores investigam trajetória do grafitti e sua relação com espaços da cidade

por Comunicação Social do Campus Campos Centro publicado 04/07/2016 19h34, última modificação 04/07/2016 19h34
Após um ano de pesquisa, com apoio do Núcleo de Estudos Geográficos do IFFluminense, dupla publica artigo em revista da Universidade de Goiás.
Graffiti criado em estrutura da Ponte Leonel Brizola, no Centro de Campos dos Goytacazes (Reprodução do artigo)

A palavra tem origem italiana sendo graffiti (o desenho) a forma no plural de graffito (a técnica). Assim, graffiti  é definido como “inscrição ou desenhos de épocas antigas, toscamente riscados à ponta ou a carvão em rochas, paredes etc... As formas e cores marcantes do graffiti estão presentes no cotidiano de Campos dos Goytacazes em tempo relativamente recente. Apenas a partir de 2011 se passou a encontrar essa manifestação de arte em muros e paredes da cidade.

Na dimensão espacial, os desenhos produzidos com tinta spray  são apresentados principalmente na porção central, a partir do chamado Centro Histórico. Outra curiosidade sobre o tema é que os primeiros artistas entraram no Norte Fluminense por Macaé.

Essas são algumas das descobertas dos pesquisadores reveladas no artigo O graffiti na área central de Campos dos Goytacazes: tatuagens na epiderme urbana publicado na revista de geografia Élisè, da Universidade Estadual de Goiás )(volume cinco, número um). Os autores são os ex-alunos do Curso de Licenciatura do Instituto Federal Fluminense, Arthur Nogueira Rangel e Ranna Albino Lessa.

Pode-se indagar a serviço de que estão graffitis e grafiteiros e como essa manifestação se dá no espaço urbano. Questões que se busca responder no trabalho. "Nessa perspectiva, objetiva-se mais especificamente, identificar e analisar as formas de expressão política, social, cultural e artística, difundidas por grupos de grafiteiros na área central da cidade e também entender as relações de poder, por meio das demarcações territoriais nas paisagens, expressas nas escritas urbanas".  

No método de fazer a pesquisa, os autores optaram pela comparação, fazendo o paralelo do graffiti possível de se ver em 2011 e quatro anos após. Sua Antecessora, ainda presente nas ruas de todo mundo, é a pixação. E ela é antiga. Há registros de manifestações em paredes de Pompeia, cidade romana da antiguidade que resistiu a uma erupção vulcânica em 79 d.c. No Brasil, a pixação surge com força durante a ditadura militar, após o golpe de 1964.

A cidade de Nova Iorque é considerada berço do graffiti a partir dos anos 1960 tendo em sua construção influência de migrantes jamaicanos, porto riquenhos, mexicanos e africanos. Sua trilha sonora seria o hip-hop. Vinte anos depois aflorava no Brasil como influência da pop-arte americana. 

Em resumo, para os pesquisadores, o graffiti marginalizado ao longo de sua história recente no país costuma refletir  uma reação a "desconforto ou revolta, que na sua maioria são gerados decorrentes de algum comportamento social e atitude política, seja ela a um nível local ou internacional".

Comunicação Social do Campus Campos Centro