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Guimbas de Cigarro
Professor do IFF Campos Centro pesquisa uso do resíduo em tijolo
O professor Cássio também pesquisa um equipamento para coletar guimbas de cigarro (Foto: Divulgação).
O professor do curso de Mêcanica do IFF Campus Campos Centro Cássio Rangel Paulista é um dos autores do artigo "Uma nova proposta para reduzir microplásticos de pontas de cigarro: produção de tijolos de barro cozidos ecologicamente corretos", publicado no final de outubro pela revista científica Construction and building materials. A pesquisa, desenvolvida no curso de doutorado da Pós-Graduação em Engenharia e Ciência dos Materiais da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) está demonstrando que, em proporção adequada, a guimba recolhida e tratada no laboratório tem grande contribuição ambiental e material.
"Além de fornecer uma alternativa sustentável para o descarte de CBs (siga em inglês para ponta de cigarro), essa abordagem pode melhorar algumas características. Especificamente, os tijolos produzidos com a adição de CBs são mais leves, tornando-os mais fáceis de manusear e transportar, e têm menor condutividade térmica, contribuindo para a eficiência energética das construções", destacam os autores.
"Após uma fase intensa de leitura e aprofundamento no tema, percebi a necessidade de buscar alternativas para o descarte de guimbas de cigarro, um resíduo altamente nocivo devido aos seus contaminantes", explica Cássio. A literatura sobre o tema informa que "anualmente, 6,5 trilhões de cigarros são fumados no mundo, e apenas um terço deles é descartado adequadamente". Uma vez no ambiente, os microplásticos desse resíduo põem em risco a água, dado presente no artigo dos pesquisadores. Eles "podem gerar aproximadamente 300.000 toneladas de fibras plásticas no ecossistema aquático a cada ano."
A pesquisa também chamou a atenção dos produtores do programa Balanço Geral, da tevê Record Interior, sediada em Campos dos Goytacazes. Mostrando o trabalho do pesquisador, a reportagem destacou a importância da investigação para reduzir impactos maléficos à saúde e ao meio ambiente. O professor pesquisador do IFF Campus Campos Centro Ricardo Terra, ouvido pela reportagem, alerta que além de constituir um perigoso microplástico, a guimba é um filtro que absorve "uma quantidade muito grande de substâncias químicas que são concentradas ali" e que chegam à cadeia alimentar.