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Projeto instala pontos de coleta de lixo eletrônico

por Vitor Carletti / Assessoria de Comunicação Social do Campus Campos Centro publicado 24/06/2025 11h55, última modificação 26/06/2025 17h04
A comunidade externa ao IFF Campos Centro poderá trazer equipamentos de informática e de telefonia sem utilização e depositar em dois latões localizados nos blocos A e B.
Instalados pontos de coleta de lixo eletrônico

O estudante e bolsista do projeto Gabriel Cerqueira, a coordenadora Suelly Santos e o professor colaborador da iniciativa Slavson Motta. Foto: Vitor Carletti/ Ascom Centro

 O projeto de extensão “Gestão de Resíduos Sólidos Eletrônicos no Instituto Federal Fluminense - Campus Centro: desafios e soluções no contexto das telecomunicações” instalou, em junho, dois latões onde poderão ser descartados equipamentos de informática e de telefonia em desuso.

 Coordenadora da iniciativa, a professora do Curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações do IFF Campos Centro, Suelly Santos, explicou quais tipos de lixo eletrônico poderão ser descartados nos pontos de coleta e que o material será destinado à empresa parceira do projeto Caparaó Reciclagem.

 A professora ressalta que TVs, aparelho de micro-ondas, máquinas de lavar e lâmpadas não poderão ser descartados nos pontos de coleta e explica por quê.

 “Os resíduos eletrônicos podem ser classificados em quatro categorias diferentes: linhas branca, verde, azul e marrom. Nosso projeto tem um foco maior na linha verde — equipamentos de informática e telefonia. Logo, computadores, monitores, mouses, celulares e smartphones, fontes, cabos, pilhas, baterias, entre outros materiais e peças relacionadas podem e devem ser descartados em nossos pontos de coleta”, detalha.

 Além de Suelly, o projeto tem a colaboração dos professores Slavson Motta e Laís de Oliveira e do estudante de Engenharia Elétrica Gabriel Cerqueira.

 A comunidade externa poderá fazer a doação do seu lixo eletrônico, que será descartado de acordo com a legislação sem correr risco de contaminar a natureza, após se identificar na recepção da entrada da rua Doutor Siqueira.

Levantamento — Segundo dados da pesquisa “Resíduos eletrônicos no Brasil 2023”, o Brasil é o líder na América do Sul com produção de mais de 2 milhões de toneladas por ano desse tipo de resíduo.

 O país possui desde 2010 uma Política Nacional de Resíduos Sólidos que define responsabilidades de fabricantes e consumidores quanto ao descarte adequado, mas, de acordo com a pesquisa, 29% dos brasileiros entrevistados nunca ouviram falar em pontos de coleta de lixo eletrônico. O projeto do IFF Campos Centro pretende ajudar a preencher essa lacuna.

 Suelly explicou a importância de conscientizar a população sobre não descartar de forma inapropriada o resíduo eletrônico. “Existem diversos fatores que tornam importante o recolhimento dos resíduos eletrônicos, entre eles podemos destacar a redução do impacto ambiental, já que o descarte inadequado pode contaminar o solo, a água e o ar com substâncias tóxicas, como chumbo, mercúrio e cádmio”, disse.

 A professora ressaltou outros aspectos ambientais e sociais que são afetados com o descarte irregular do lixo eletrônico. “Além disso, muitos equipamentos eletrônicos são volumosos e se acumulam facilmente em aterros sanitários, onde levam anos para se decompor. No mais, recolhendo esses resíduos ainda há o estímulo à economia circular e recuperação de materiais valiosos, pois equipamentos eletrônicos contêm metais como prata, cobre, platina e até mesmo o ouro, que podem ser reciclados e reutilizados, reduzindo a necessidade de mineração e extração de novos recursos, o que são boas práticas sustentáveis”, afirma.

 A coordenadora do projeto alertou também para os riscos à saúde ao acumular computadores, celulares e pilhas por exemplo.
“Em relação aos riscos à saúde ao armazenar esses materiais, aparelhos danificados ou quebrados podem liberar poeiras com metais pesados, que podem ser inalados ou ingeridos e afetar órgãos e sistemas do corpo humano. Vale citar também que o acúmulo de equipamentos pode servir de abrigo para insetos e roedores, tornando-se um foco de problemas sanitários.”

CatalogaçãoO material coletado nos latões será catalogado, classificado em funcional e não funcional e medido pela equipe antes de a empresa recolher o material.

 A parceria, segundo Suelly, além de ajudar na preservação do meio ambiente, poderá potencializar a geração de emprego e renda. “Essa parceria é vantajosa para ambos os lados: o projeto ganha uma forma eficiente e correta de destinar os resíduos, enquanto a empresa se beneficia ao gerar renda e empregos a partir do material recebido. Além disso, há uma valiosa troca de conhecimento entre as partes, elemento fundamental para o sucesso de um projeto de extensão”, finaliza.