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Mostra de Extensão
Projetos do IFF Campos Centro vencem em três categorias
O professor Luciano Falcão com as alunas de Arquitetura e Urbanismo que participam do projeto de habitação social.Foto: Divulgação
Três projetos desenvolvidos por estudantes e professores do Instituto Federal Fluminense (IFF) Campus Campos Centro tiraram o primeiro lugar durante as apresentações da XVII Mostra de Extensão IFF-Uenf-UFF e IX da UFRRJ que teve como tema central “Planeta Água — A cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território” . O evento reuniu entre os dias 13 e 16 de outubro 1.600 trabalhos e 340 projetos de extensão das quatro instituições.
Premiado na categoria “Educação”, o projeto Inovações extensionistas do Ciências em ExperimentAção: Educar, comunicar e divulgar ciências em redes busca integrar o ensino, a pesquisa e a extensão por meio da divulgação científica.
A coordenadora da iniciativa e professora da Licenciatura em Ciências da Natureza Natália Crespo conta que o projeto estreou seu perfil no Instagram com conteúdos lúdicos e pedagógicos sobre biologia, química e física, em 2020, em meio às incertezas científicas e notícias falsas da pandemia de Covid-19.
Crespo afirma que a premiação é um reconhecimento do trabalho e dedicação principalmente dos alunos bolsistas e voluntários. “Como diferencial, temos o projeto de pesquisa “Intervenções educacionais midiáticas extensionistas: “Ciências em ExperimentAÇÃO: Educar, comunicar e divulgar ciências em redes” que usa a extensão como objeto de estudo. Nele refletimos sobre nossas ações, traçando diagnósticos e concretizando o tripé ensino-pesquisa-extensão”, complementa.

Os integrantes do projeto Ciências em ExperimentAção (Foto: Divulgação).
Vencedor na categoria Comunicação, o projeto Laboratório Experimental de Design Gráfico (Lexdesign) ~ Projetar em tempos líquidos já tem 22 anos de atuação no campus. Segundo o coordenador e professor do Curso de Bacharelado em Design Gráfico Romulo Pereira, atualmente há 10 estudantes entre bolsistas e voluntários que trabalham para desenvolver demandas internas e externas com a produção de identidade visual.
“A experiência tem sido desafiadora e enriquecedora, pois trabalhar com design exige diálogo constante, dinamismo e sensibilidade, ao mesmo tempo em que busca equilibrar o aprendizado acadêmico e a visão crítica com o atendimento a demandas reais, promovendo o crescimento pessoal e profissional junto da integração entre os participantes e com a sociedade”, disse.
Estudante do curso e integrante do Lexdesign, Lucas Peixoto afirma que a participação na XVII Mostra de Extensão reforçou a compreensão dele sobre o papel social do design.

Os estudantes do Lexdesign Lucas, Isabella e Camylla (Foto: Divulgação).
“Pude falar de como o design pode ser abordado de forma didática e reflexiva, destacando projetos como as marcas do Coletivo Diversus+ e a comunicação da 30ª Semana do Saber Fazer Saber, que unem o meio acadêmico e a comunidade por meio de ações colaborativas, criativas e acessíveis”, explica.
Habitação social — O projeto Posto avançado para Athis: metodologia e tecnologias sociais para habitação de interesse social venceu na categoria Direitos Humanos e Justiça. A iniciativa faz parte do grupo de ações desenvolvidas pelo Núcleo de Extensão Estúdio Dignifica, um escritório de arquitetura pública, sediado no campus Campos Centro com atuação desde 2021.
Coordenador do projeto premiado, do escritório e do Curso de Arquitetura e Urbanismo, Luciano Falcão explicou que os estudantes desde o começo do escritório vem investigando a aplicação da lei de Athis, de nº 11.888, de 24 de dezembro de 2008, que assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social. “Neste projeto premiado, a equipe está focando em uma aplicação piloto da metodologia desenvolvida para o próprio escritório, a partir de estudos e referências da área, no Quilombo de Deserto Feliz, em São Francisco de Itabapoana, para avaliação e futura expansão dos serviços de assessoria”, detalha.
A estudante Paola Martins afirmou que a premiação é reconhecimento do trabalho de inclusão social que a arquitetura deve ajudar a promover.
“Em uma sociedade que coloca o trabalho do arquiteto recluso apenas a elite, essa premiação nos mostra que é possível mudar essa visão e tornar nossa profissão mais que um serviço técnico, mas um instrumento de transformação social e esperança para uma população que luta por qualidade de vida”, afirmou.
Para a estudante Mariana Ribeiro, a premiação pode trazer mais visibilidade e o apoio para a ATHIS. "É um tema que, infelizmente, ainda não recebe tanta atenção e investimento, apesar do seu enorme potencial de impacto social."
Já Bárbara Barros confirma que a premiação traz reconhecimento ao projeto. "A premiação é uma conquista que nos faz perceber o impacto que as universidades podem ter nas comunidades e nos incentiva a continuar realizando o trabalho proposto pelo projeto", disse.
O diretor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão do IFF Campos Centro, Pedro Castelo Branco, afirma que projetos de extensão são necessários para o desenvolvimento do ensino e a pesquisa.
"A extensão, muitas vezes, é oriunda de ações de ensino. Isso é mais frequente nos últimos tempos com a curricularização da Extensão nos cursos de graduação. Em relação à relação com a pesquisa, ela tanto fomenta a necessidade de novos estudos, advindos das ações efetuadas junto à comunidade, quanto é o locus de aplicação da pesquisa, sobretudo a pesquisa aplicada. Em suma, a extensão faz a articulação do conhecimento científico, proveniente do ensino e da pesquisa, com as demandas da comunidade onde a instituição de ensino se insere, objetivando a transformação da realidade social."