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Redução de desigualdades no Brasil depende de conhecimento em propriedade intelectual, diz consultor
Consultor Henry Suzuki ao centro com os participantes do curso.Fotos: Vitor Carletti
O consultor Henry Suzuki disse que o Brasil está atrasado em relação à disseminação do conhecimento sobre a redação e elaboração de patentes, que é um direito exclusivo sobre uma invenção ou criação industrializável. Ele ministrou o workshop “Redação de Patentes para além dos guias” no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense Campus Campos Centro nesta quinta e sexta-feira.
“Propriedade intelectual, invenções e marcas hoje valem mais que cimento, tijolo e fábrica. Só que aqui, no Brasil, em pleno 2019, grande parte de nós nos formamos sem nunca ter visto uma patente ou sem aprender a redigir uma patente. E aí a pergunta que a gente faz é: como que na era do conhecimento com um país tão rico e tão desigual quanto o Brasil vai acabar com essas desigualdades se nós, que fazemos parte de uma elite sócio, econômica e cultural do país, nos formamos sem ter esse conhecimento? Como vamos mudar esse quadro se nós, professores, não aprendermos a fazer isso também? Esse workshop tem o objetivo de quebrar esse paradigma de que ‘não conheço, então não capacito’”, disse.
Suzuki atende a clientes de várias partes do mundo e ensinou a alunos e professores dos cursos de Engenharias e Sistemas de Informação como achar os caminhos para se produzir uma redação de patentes de qualidade.
“Para ter uma boa patente, eu preciso ter uma boa invenção. Para ter uma boa invenção, eu preciso resolver um problema técnico de forma inventiva que ninguém resolveu. E para resolver um problema de forma inventiva que ninguém resolveu, eu preciso saber quais as outras soluções que já foram propostas. Grande parte do processo de redação de patentes, não está na redação. Está na identificação de tecnologias, na pesquisa e na leitura”, detalha.
Suzuki elogiou a participação nas oficinas. “O número de inscritos passou de 140. De participantes passou de 80. E vinte 26 professores participaram. E num workshop desses se tem um professor que participa eu falo que é suficiente, porque um professor pode capacitar milhares de pessoas.”
Pesquisa aplicada – O diretor de Internacionalização e Inovação, Henrique da Hora, disse que o objetivo do workshop é dar a oportunidade de os professores e alunos terem acesso a experiências bem-sucedidas na área da tecnologia.
“O Instituto tem a característica voltada para pesquisa aplicada e desenvolvimento de dispositivos que sejam úteis para sociedade. Só que existe uma série de formação, prospecção tecnológica e redação de patentes, de informação presente nessas bases, que precisamos desenvolver essas competências”, disse.
Para o aluno do 5º período de Engenharia Elétrica do IFF Campos Centro Mateus Simões o workshop ampliou sua visão de mercado. “É uma forma de melhorar meu currículo para minha vida futura”, disse.