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Educadores discutem ensino para alunos diversos

por Antonio Barros/Assessoria de Comunicação Social do Campus Campos Centro publicado 28/04/2025 19h45, última modificação 30/04/2025 16h18
Escolas precisam mudar para alcançar maior universo de estudantes.
Seminário

Os professores pesquisadores Ingrid Rangel, Décio Guimarães e Enicéia Mendes

   A adoção de políticas inclusivas com a finalidade de levar o aprendizado a todos os estudantes mal completou duas décadas no Brasil, mas os desafios colocados para atendimento de antigas e novas demandas estabelecem uma urgência para a pauta, como salienta a professora pesquisadora Enicéia Gonçalves Mendes, da Universidade Federal de São Carlos. "Os alunos são diversos e o ensino não pode ser igual, tem de responder a essa diversidade de estudantes", pontuou ela durante o Seminário Ensino, Práticas Inclusivas e Desenho Universal para a Aprendizagem, realizado no dia 28 de abril no IFF Campus Campos Centro, em iniciativa conjunta do Programa de Mestrado Profissional em Ensino e suas Tecnologias (MPET/IFF) e a Pró-reitoria de Políticas Estudantis do Instituto Federal Fluminense (IFF).

    A professora Enicéia apresentou no seminário um recorte temporal sobre o passado recente do ensino no país. "A princípio, a educação especial organizava as pessoas em função da deficiência, da categoria e as separava em escolas especiais, ou classes especiais, sob a suposição de que elas tinham características iguais. Não havia uma preocupação em relação ao currículo padrão, da escola comum". 

     Na atualidade, a literatura indica melhorar a chamada abordagem universalista. "A literatura tem demonstrado que se você melhora a qualidade do ensino no contexto da classe comum, você resolve 80% das necessidades educativas de alunos da educação especial", observa Enicéia. Para a pesquisadora é preciso ter "o foco na formação, para melhorar a capacidade dos professores para a educação geral e para responder a diversidade." Ela também entende que "a lógica é essa: não centrar no aluno, mas melhorar a capacidade da instituição de responder à diversidade de todos os estudantes."

   O seminário teve como mediadora a professora Ingrid Ribeiro da Gama Rangel, coordenadora do MPET, e como debatedor, o professor Décio Nascimento Guimarães. Ao lado da convidada do evento, o professor ressaltou o desafio colocado também para a atividade docente. "Nós professores e professoras aprendemos a ensinar ancorados em padrões, pensando um tipo de estudante que não existe, porque pensamos naquele tipo de estudante ideal, mas de uma certa forma, acreditamos nisso e isso reflete na nossa docência".

Enicéia falou sobre a necessidade de remover barreiras para o aprendizado (Foto: Antonio Barros/Ascom).

A professora Enicéia Mendes, da UFSCar.