Computadores, TVs, celulares, impressoras e todo tipo de material eletrônico que esteja sem uso na casa de estudantes, servidores e funcionários contratados passa a ter um destino certo no Instituto Federal Fluminense (IFF) de Maricá. O campus conta, agora, com uma caçamba para descarte correto desses itens e que será aproveitada para recolhimento de materiais da própria Instituição e também ficará disponível para uso por toda a comunidade interna e externa.

A instalação do ecoponto de lixo eletrônico no IFF Maricá é resultado de um trabalho realizado pelas estudantes do 3º ano do Curso Técnico Integrado ao Meio Ambiente Emily Medeiros, Joyce Cardoso e Yris Beatriz, sob orientação do professor Renato Jonas. A equipe vem, nos últimos meses, pesquisando e planejando ações relacionadas à redução de impactos ambientais no campus, a partir da disciplina de Projeto de Intervenção Aplicada, que faz parte da grade do último ano do Curso Técnico em Meio Ambiente.

O compartimento foi cedido para instalação no IFF por meio de um trabalho de reciclagem realizado pelo Instituto Nova Ágora de Cidadania (Inac), com a Incubadora de Inovação Social em Robótica e Sustentabilidade da Prefeitura de Maricá e o Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM). Somente neste início de atuação no campus já foram recolhidas pelo projeto 40 baterias usadas de carros institucionais do IFF, que aguardavam descarte adequado.

"A ideia do nosso trabalho é mostrar a importância da coleta seletiva e fazer com que seja algo rotineiro para todos aqui no IFF Maricá. O material depositado na caçamba será recolhido pelas instituições de reciclagem envolvidas no projeto, que conseguem muitas vezes consertar e reaproveitar parte desses equipamentos para serem doados para instituições públicas. E o que precisa realmente ir para o lixo é descartado da forma correta, minimizando os danos ambientais", explica a estudante Yris Beatriz.

Emily Medeiros acrescenta que o próximo passo será a apresentação do trabalho na Semana de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura (Sepec) do Campus Maricá, que acontecerá entre os dias 25 e 27 de novembro.

"Queremos ampliar esse trabalho de conscientização, apresentando a nossa comunidade a importância do descarte ser feito de forma correta, porque o impacto ao meio ambiente gerado pelo lixo eletrônico é muito grande, contaminando solos e nascentes", conta Emily.

Projeto é visto como legado para o campus

Professor orientador do trabalho, Renato Jonas ressalta o quanto o envolvimento dos alunos em trazer soluções práticas para questões do dia a dia do campus é um diferencial na formação deles e na continuidade do trabalho institucional.

"A gente fica muito feliz de ver uma mudança estrutural na Instituição sendo conduzida por alunos, a partir de ideias que eles próprios estão colocando em prática', afirma.

As três alunas estão perto de concluir o curso no IFF e, segundo Joyce Cardoso, a intervenção proposta por elas é também uma forma de deixar um legado.

"É uma forma de deixarmos algo importante para o campus, porque, mesmo depois que a gente se formar, o projeto continuará. E poderá, inclusive, ser objeto de estudo e de pesquisa para outros estudantes que virão futuramente. Então, é um sentimento muito bom para nós", destaca a estudante.

Entre os itens que podem ser descartados na caçamba de lixo eletrônico estão:

Celular, tablet e carregadores;
Computador e seus acessórios, como impressora, monitor, mouse, teclado, cabos e fonte de energia;
TVs e aparelhos de som e vídeo;
Câmera fotográfica e de vídeo;
Pilhas (estão sendo recebidas excepcionalmente, para que seja feito o descarte adequado).

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que o Brasil é o quinto país que mais produz resíduos eletrônicos, com cerca de 2,4 milhões de toneladas de lixo eletrônico descartado por ano. Desse total, a estimativa é que apenas cerca de 3% estejam sendo reciclados.