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Uso de recursos metodológicos ativos impulsiona trabalho colaborativo e criatividade entre alunos no IFF Maricá

por Comunicação Social do Campus Avançado Maricá publicado 13/12/2023 17h31, última modificação 13/12/2023 17h33
Aprendizagem baseada em projetos, sala de aula invertida e gamificação tem sido usadas em aulas e até mesmo em algumas avaliações para turmas do Ensino Médio.
Aula de inglês no IFF Maricá

As aulas de Inglês, com a professora Thamiris Araújo, usam metodologias ativas como ferramenta de letramento digital

Produção de jogos, sites, vídeos, histórias em quadrinhos, esquetes teatrais, podcasts e até modelos didáticos comestíveis... Criatividade é o que não tem faltado entre os estudantes dos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio do Instituto Federal Fluminense (IFF) Campus Avançado Maricá ao longo deste ano letivo. O uso auxiliar de recursos metodológicos ativos, entre eles a aprendizagem baseada em projetos, a sala de aula invertida e a gamificação, tem impulsionado o trabalho colaborativo em aulas e até mesmo em algumas avaliações de disciplinas como Inglês, Biologia, Língua Portuguesa e Física, entre outras.

Nas atividades de Biologia da professora Lilha Barbosa, por exemplo, o desafio final do semestre para as turmas de 2º ano em Edificações e do 3º ano em Meio Ambiente envolveu até os dotes culinários dos alunos. Eles colocaram a mão na massa, usando receitas de bolos, além de frutas, bombons, balas e pizza, para produzir modelos didáticos comestíveis que representassem sistemas do corpo humano, tema principal do conteúdo programático da disciplina neste ano.

"Foi uma experiência bem divertida, em que nós cinco do grupo nos juntamos na minha casa para fazermos um bolo, representando o conteúdo que escolhemos trabalhar. Para mim, esses trabalhos dinamizam muito a aula, dá mais vontade de fazer, porque usamos o conhecimento que estamos adquirindo aqui na sala de uma forma diferente, que facilita o entendimento", conta a estudante do 3º ano de Meio Ambiente Camille Vitória Rocha, que apresentou, junto com seu grupo, um modelo didático do sistema digestivo nesta quarta-feira, 13 de dezembro.

E as atividades diferenciadas de avaliação na disciplina de Biologia não pararam por aí: para turmas de 1º a 3º ano, o desafio envolveu a criação de jogos. Os estudantes produziram atividades lúdicas, como caça ao tesouro, torta na cara, tabuleiros e cartas, para apresentar aos colegas, novamente usando temas trabalhados em sala de aula, como microbiologia para o 1º ano de Meio Ambiente; ecologia e biologia celular para o 3º ano de Edificações; e corpo humano para o 2º ano de Edificações e o 3º ano de Meio Ambiente.

"Comecei a trabalhar com essas atividades diferenciadas no ano passado e tenho observado, em todas as turmas, um empenho muito grande, tanto em aprender o conteúdo ministrado quanto em usar esse conteúdo nos trabalhos avaliativos propostos, como os jogos e os modelos didáticos comestíveis, por exemplo. Estou adorando o resultado, até porque tem sido sempre uma surpresa muito positiva quando eles entregam esses trabalhos prontos, que são justamente a culminância de todo um processo de aprendizagem do semestre", destaca a professora Lilha Barbosa.

Letramento digital nas aulas de Inglês

Nas aulas de Inglês da professora Thamiris Araújo, o modelo de aprendizagem baseada em projetos já faz parte da rotina das turmas de 1º ao 3º ano durante o ano todo, como forma de trabalhar o letramento digital, um conceito que diz respeito às práticas sociais de leitura e produção de textos em ambientes digitais. Somente em 2023, os estudantes já produziram uma série de podcasts e vídeos sobre temas pré-definidos em aula, além de participarem de disputas com perguntas e repostas usando jogos digitais, entre diversas outras atividades lúdicas, todas feitas integralmente em Inglês.

Neste mês de dezembro, por exemplo, as turmas de 1º ano de Meio Ambiente estão elaborando sites reais, a partir de plataformas com ferramentas gratuitas, em que precisam falar sobre produtos ou serviços inovadores que tenham relação com o futuro do planeta e a proteção ao meio ambiente.

A ideia, explica a professora, é que os estudantes possam praticar os conhecimentos sobre a Língua Inglesa, inclusive ampliando seus vocabulários, a partir de exercícios práticos e que estimulem a autonomia de cada um e o próprio letramento digital. Neste semestre, a proposta de abordar a inovação e sustentabilidade do planeta é justamente para que eles usem os tempos verbais futuros, conforme o cronograma do plano de ensino da disciplina, ao mesmo tempo em que interagem também com conceitos específicos da formação técnica deles.

"Quando trabalhamos os tempos verbais do passado, por exemplo, a turma produziu podcasts com biografias de ativistas ambientais, em que precisaram fazer pesquisas e escrever todos os diálogos em Inglês. Eles têm liberdade total para escolher os temas que vão abordar nesses trabalhos, até porque o mais importante é justamente que consigam ter autonomia na produção e usem, de uma forma mais natural, conhecimentos gramaticais importantes que aprenderam nas aulas expositivas", conta a professora Thamiris Araújo, ressaltando ainda a importância do dinamismo proporcionado por essas atividades: "Pelas minhas observações, percebo que eles ficam mais motivados para a aprendizagem. Como são duas horas seguidas de aula, sempre procuro usar atividades interativas tanto no início quanto na parte final de cada aula".

Produção de quadrinhos e jogos como aliados na Física

Os desafios na aprendizagem de Física também estão ganhando um viés mais interativo, sempre que possível, nas atividades ministradas pelo professor Francismar Rimoli, que é adepto de dois recursos metodológicos ativos, o da sala de aula invertida e o da aprendizagem baseada por projetos. Ambos são usados de forma adicional às aulas expositivas nas turmas de Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio. Entre as propostas do professor, há a criação pelos estudantes de histórias em quadrinho e de jogos digitais como forma de experimentar, de forma lúdica, conceitos da Física ministrados nas aulas.

"Esses recursos são uma complementação ao trabalho feito de forma expositiva em sala, que é fundamental. Mas percebo que essas atividades mais práticas atraem o interesse com certa facilidade, fazendo inclusive com que esses alunos sejam mais participativos e interajam melhor. Ou seja, são práticas experimentais que complementam a aula tradicional, trazendo um maior dinamismo na aprendizagem deles", destaca o professor.

O modelo de sala de aula invertida, em que o conteúdo passa a ser estudado em casa e as atividades são realizadas em sala de aula, ganhou espaço, este ano, também numa das turmas da professora Isabela Bastos, de Língua Portuguesa. A proposta foi usada numa atividade avaliativa de seminários, como recurso auxiliar para incentivar a interação entre os alunos do 2º ano de Edificações.

"Nessa turma, até por ser muito grande, trabalhei alguns seminários no estilo de sala de aula invertida, como forma de aumentar a interatividade entre os estudantes. A experiência foi boa e muito produtiva. A partir desses trabalhos de Literatura, eles ainda produziram duas esquetes teatrais, sendo a primeira apresentada no AfroIFF, em novembro, sobre uma obra de Cruz e Souza, e a outra, recentemente, a partir de um desafio que fiz para que levassem uma adaptação de "Quarto de despejo", da Carolina Maria de Jesus, para o encerramento da SEPEC (Semana de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura do IFF Maricá). Foi uma conclusão muito legal desse trabalho", destaca a professora, que usou ainda testes em pares, outro modelo de metodologia ativa, em suas turmas de 1º ano, além do trabalho "desenhando poemas", com o 2º ano.

O que são as metodologias ativas na Educação? - o conceito vem da ideia de que os professores possam incentivar os estudantes a aprenderem de forma mais autônoma e participativa, usando problemas e situações reais, realizando tarefas que os estimulem o debate, a iniciativa e a criatividade, tornando-se também protagonistas no processo de construção de conhecimento. Entre os modelos mais trabalhados atualmente estão a aprendizagem baseada em projeto ou problemas, a gamificação, o design thinking e a sala de aula invertida.