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I Colóquio EJA-EPT
Evento promove reflexões e discute estratégias para o fortalecimento da Educação de Jovens e Adultos no IFF
Paulo Vidal e Adriano Laurentes durante palestra sobre os desafios da EJA na Rede Federal (Fotos: Divulgação/IFF)
Gestores, professores, técnico-administrativos, pesquisadores convidados e estudantes participaram do segundo dia do I Colóquio EJA-EPT do IFF, na sexta-feira, dia 24 de outubro, no Campus Campos Centro, com o objetivo de compartilhar experiências de sucesso, promover reflexões e pensar em estratégias para o fortalecimento da Educação de Jovens e Adultos no Instituto Federal Fluminense.
A psicóloga do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Ivanir Ribeiro, ministrou palestra e uma oficina voltada para os servidores do IFF, sobre Acesso e Permanência na Educação de Jovens e Adultos integrada à Educação Profissional e Tecnológica (EJA-EPT), com foco na busca ativa de estudantes e no tempo social.
Ivanir destacou a necessidade das articulações interna entre às áreas de ingresso, registro acadêmico, comunicação, extensão e atendimento ao público; e externa, por meio da atuação direta com a comunidade, instituições e municípios atendidos pelo Instituto, para a entrada e a continuidade dos estudantes na instituição. “Na EJA nada é simples, tudo é muito complexo, e essa articulação é muito importante”, afirmou.
A pesquisadora também ressaltou que os Projetos Pedagógicos de Curso (PPCs) da EJA precisam considerar não apenas o “tempo escola”, mas também o “tempo social”, que são as vivências e conhecimentos adquiridos fora da escola, no cotidiano de cada estudante.
“Antes de serem estudantes, eles são trabalhadores, e é isso que tem que estar em foco. Essas especificidades desses estudantes que não seguiram uma trajetória normal de continuidade de formação e que a gente precisa pensar em um currículo que seja mais adequado a essa realidade”, destacou Ivanir.
O pró-reitor de Ensino do IFF, Paulo Vidal, informou que o Instituto já iniciou a reformulação dos currículos da EJA para inclusão do tempo social. “Os PPCs dos dois cursos do Campus Campos Guarus foram reformulados e passarão pelo Conselho Superior. A oferta de 2026 - 1º semestre já vai considerar o tempo social. Por meio do Comitê da EJA, vamos pegar essa experiência de Guarus para mobilizar os demais campi a fazerem a reformulação”.

Experiências Exitosas
Professores compartilharam práticas pedagógicas e experiências transformadoras desenvolvidas nos campi do IFF, nos Cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC) da EJA-EPT. O professor André Velasco falou sobre o ensino de Matemática e como a utilização da calculadora do celular como instrumento pedagógico deixou os estudantes mais motivados a participarem das atividades, contribuiu para a superação das dificuldades em operações básicas, gerando avanços na aprendizagem, promovendo confiança e autonomia. “A utilização da calculadora promoveu aproximação e contextualização dos conteúdos escolares com o mundo do trabalho e a vida dos estudantes”, destacou André.
Na ocasião, também foram apresentadas duas produções audiovisuais premiadas, feitas por alunos da Educação de Jovens e Adultos de escolas municipais de Campos dos Goytacazes: os curtas Review do filme Sob o Domínio da Fé e Entre Letras e Lendas, demonstrando a utilização da tecnologia e da cultura como ferramentas de ensino.
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Desafios da Educação de Jovens e Adultos
Fechando as discussões, o pró-reitor Paulo Vidal e o professor do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Adriano Laurentes, que participaram do Fórum de Dirigentes de Ensino que elaborou as Diretrizes Indutoras da Educação de Jovens e Adultos integrada à Educação Profissional e Tecnológica da Rede Federal, publicadas em 2024, ministraram palestra sobre os desafios da implementação da EJA-EPT na Rede Federal.
“A Rede tem desafios que são históricos. Falando de EJA-EPT, eu diria que tem cerca de 20 anos, desde que o Proeja foi implantado, em 2005. O principal desafio da Rede Federal é manter ofertas contínuas e criar uma cultura de educação de jovens e adultos. Em geral, a gente tem ofertas descontínuas, boa parte dos campi não conseguiu vivenciar a Educação de Jovens e Adultos”, pontuou Adriano.
Vidal destacou a troca de experiências proporcionada pelo evento e a percepção de que o IFF também produz boas experiências e precisa se conhecer mais. “Quando a gente fala de jovens e adultos, tem a modalidade de educação básica, mas acima de tudo, tem os sujeitos, jovens, adultos, idosos. Ao termos como uma meta ter esse público dentro do IFF, isso é claro que exige uma série de alterações, como em qualquer outro curso ou qualquer outra modalidade que tem as suas especificidades”, ressaltou o pró-reitor, afirmando que a EJA é tão complexa quanto as outras modalidades. “Então, é trazer esse olhar para cá, traçar as devidas estratégias, as induções, que assim a gente consegue dar um passo de cada vez e fortalecer a EJA no IFF”, finalizou.
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