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Serele
Seminário debate os Desafios para o Ensino Plurilíngue na Educação Básica
Participantes da mesa-redonda defenderam o ensino plurilíngue nas escolas (Fotos: Mayhara Barcelos/IFF)
O Seminário Regional do Ensino de Línguas Estrangeiras (Serele) discutiu os Desafios para o Ensino Plurilíngue na Educação Básica, durante mesa-redonda, realizada na tarde de terça-feira, dia 12 de novembro, no auditório do Campus Campos Guarus. O evento foi promovido pela Pró-reitoria de Ensino do Instituto Federal Fluminense (IFF), em parceria com a Secretaria Municipal de Educação Cultura e Esporte (Smece) de Campos dos Goytacazes-RJ.
Participaram da mesa, mediada pela diretora de Desenvolvimento Pedagógico do IFF, Cátia Viana, o professor de Espanhol do Programa de Pós-graduação em Letras Neolatinas do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Antônio Ferreira; a professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e membro da Associação de Professores de Língua Inglesa do Estado do Rio de Janeiro (Aplierj), Janaína Cardoso; e o subsecretário Pedagógico da Rede Municipal de Educação de Campos, Rafael Damasceno.
Janaína destacou, em sua fala, que “o grande problema do Brasil é se achar monolíngue e que a nossa língua é a Portuguesa”. A professora explicou que dentro da própria Língua Portuguesa há vários registros e formas de falar, e que somos um país com muitos refugiados, indígenas, além das línguas imigrantes, como o Polonês, o Francês, o Italiano, o Chinês, e o Espanhol, presente em todo o território de fronteira do Brasil.
“A nossa proposta é voltar a ser plurilíngue ou translíngue, que é a ideia de defender as diversas formas de falar, os falares, que é você poder falar o portunhol, o português com a gíria. Então, a proposta é a possibilidade de a escola não ter só o Inglês, mas de ter o Espanhol, o Francês, dependendo do local em que ela se encontra”, concluiu Janaína.
O professor Antônio abordou as políticas linguísticas vigentes e o ensino de Espanhol nas escolas. “Com a Lei da Reforma do Ensino Médio, de 2017, e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), de fato o Espanhol perdeu espaço nas escolas. O que a gente defende, principalmente no âmbito federal, dos Institutos Federais e das redes que já oferecem outras línguas, é que é possível ir contra essa lei que pressupõe um ensino mais monolíngue. A gente defende uma contraproposta ao BNCC, já que há brechas específicas que possibilitam que as instituições e o corpo social da escola continuem oferecendo um ensino cada vez mais plural”, afirmou Antônio.
Após a mesa-redonda, as alunas Jéssica Kely, Laís Santos, Louise Domingues e Katiana Rodrigues, da Licenciatura em Música do Campus Guarus, realizaram uma apresentação cultural, um exercício cênico com a utilização da Ciranda, das músicas Berimbau, de Vinícius de Moraes, e Roda Vida, de Chico Buarque.
Em seguida, a professora Verônica Rangel Barreto, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), ministrou palestra com o tema “A importância da Internacionalização para a Educação Técnica e Profissional”.
A programação do Serele, realizada nos dias 12 e 13 de novembro, contou, ainda, com o III Encontro de Professores de Espanhol e com o Aplierj: One-Day Seminar, promovido em parceria com a Associação de Professores de Língua Inglesa do Estado do Rio de Janeiro; além de palestras, oficinas e apresentações orais de trabalhos nos seguintes eixos temáticos: Abordagens e metodologias inovadoras e experiências com o uso de tecnologias digitais; Desafios e possibilidades no currículo da Educação Básica; e Diálogos interculturais: Arte, Cultura e Literatura.
Cátia Viana ressaltou a importância do evento: “A gente precisa se encontrar, conversar sobre o que estamos fazendo, falar sobre as metodologias que estão acontecendo dentro da nossa instituição, ouvir o que acontece nas outras instituições, precisamos ter essa troca. Esse encontro é muito precioso. Espero que esse evento traga um encaminhamento, pois é importante, também, que sejamos propositivos”, afirmou.