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Inovação
Feira apresenta soluções para rastrear emenda e descartar lixo eletrônico

Estudantes dos cursos de Sistemas de Informação e Design Gráfico e o professor André Uebe durante a III Feira de Empreendedorismo do IFF Campos Centro.Foto: Vitor Carletti /Ascom Centro
Não é comum encontrar no mesmo local soluções empreendedoras para problemas cruciais da sociedade brasileira como a falta de transparência na aplicação do dinheiro público das emendas parlamentares e de espaço apropriado onde seja possível descartar o lixo eletrônico.
A III Feira de Empreendedorismo Tecnológico dos alunos de bacharelado em Design Gráfico e em Sistemas de Informação realizada na Concha Acústica do Instituto Federal Fluminense (IFF) Campus Campos Centro, na noite desta segunda-feira, 5 de maio, foi esse espaço em que a ciência se torna a protagonista e apresenta um leque de opções para solucionar demandas emergentes.
O evento faz parte da finalização da disciplina de Empreendedorismo ministrada pelo professor André Uebe. Quem visitou a feira pôde observar a criatividade dos estudantes, a aplicação das ferramentas tecnológicas e o empenho em apresentar um produto que pode ser útil à sociedade.
Os cinco projetos apresentados são diversos, mas cada um deles é necessário e apresenta uma solução para problemas no campo da política, do meio ambiente, da educação ou até mesmo ajudar a resolver uma emergência doméstica como conseguir um profissional especializado em consertar celulares ou eletrodomésticos.
Uebe destaca que a disciplina proporciona a interdisciplinaridade. “As ideias surgem deles (dos estudantes). A gente procura trabalhar as habilidades, como trabalho em equipe. O pessoal de Design passa a entender de Sistema de Informação que, por sua vez, passa a compreender a importância do trabalho de design. É uma aprendizagem colaborativa, construtivista e prática”, reforça.
Os projetos — O “Siga Verba” foi criado para facilitar o acesso do cidadão às informações da aplicação do dinheiro das emendas de deputados federais e senadores. O estudante de Sistema de Informação Caio Moretti explicou a proposta do grupo formado por nove integrantes.
“O principal ponto do Siga Verba é que a gente possibilita que os usuários façam consultas em linguagem natural. Não precisam saber linguagem de programação ou acessar nenhuma ferramenta de manipulação de dados. É só escrever, e a aplicação vai fazer a busca, a partir da base de dados do Portal da Transparência disponibilizada de 2020 a 2024”, explicou.
A multiplicação de aparelhos eletrônicos é uma realidade. É um desafio para os governos criar locais apropriados em número suficiente para a população descartar celulares, tablets e smatTvs estragados. O descarte desses equipamentos não é o lixo comum porque, se descartados no meio ambiente, podem contaminar lençóis freáticos devido ao alto índice de metais pesados em suas composições.
Os estudantes do projeto Revira entenderam que as unidades do IFFluminense poderiam receber esse lixo eletrônico e criaram o site que, além de fornecer informações sobre o descarte adequado, estabelece um sistema de cashback para que alunos do Instituto consigam ser recompensados se trouxeram lixo eletrônico. Uma das recompensas seria as tão sonhadas horas acadêmicas.
O estudante de Design Gráfico João Vitor Nascimento. “Nesses pontos de coleta no campi, teria um monitor para informar a classificação à qual o lixo se adequa e a quantidade de pontos que ele seria convertido”, explica.
Se o aparelho eletrônico ainda tiver conserto, o usuário poderia utilizar o serviço do aplicativo Conserta, aí! A estudante de Design Giulia Judice disse que a proposta surgiu pela dificuldade em encontrar profissionais habilitados em consertar eletrodomésticos e celulares. O profissional precisaria se cadastrar com informações sobre a sua empresa antes de ser contratado pelo usuário do aplicativo.
A inovação também chega a demandas antigas como escolher qual graduação cursar depois da conclusão do ensino médio. O estudante de Design Gráfico Iuri Mathias Ribeiro disse que o site Aluni é para facilitar o acesso às informações dos cursos superiores de instituições públicas de Campos por quem vai prestar o vestibular.
“Nosso público-alvo é o jovem que não tem muito direcionamento depois de concluir o ensino médio para que possa descobrir em quais áreas tem maior afinidade. A partir dessas informações sobre os cursos, disponibilizamos um teste vocacional rápido baseado na teoria das múltiplas inteligências”, explicou.
“Nosso público-alvo é o jovem que não tem muito direcionamento depois de concluir o ensino médio para que possa descobrir em quais áreas tem maior afinidade. A partir dessas informações sobre os cursos, disponibilizamos um teste vocacional rápido baseado na teoria das múltiplas inteligências”, explicou.
Iuri Ribeiro, estudante de Design Gráfico e integrante do grupo que desenvolveu o site Aluni
O interesse por áreas importantes como a política, o meio ambiente e a educação é fundamental, mas, se alguém perde algum objeto que foi encontrado por servidores ou alunos do Instituto, como conseguir recuperá-lo. É o que propõe o ERI, sigla para Extensão de Resgate de Itens que funcionaria como mais uma ferramenta do Sistema Unificado de Administração Pública (Suap).
A estudante de Sistema de Informação Maria Antonia Freitas disse que o anúncio de objetos perdidos acontece por meio de grupos de WhatsApp, mas de forma desorganizada. “Duas vezes na semana, pelo menos, tem gente pedindo informações sobre objetos perdidos. A pessoa para resgatar o objeto teria de ir ao setor de Multimídia e precisaria fornecer o número da carteirinha. Assim, ficariam armazenados os dados da hora do resgate e onde foi encontrado. A retirada poderia ser também contestada”, explicou.