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Livro detalha as transformações do ensino primário no Rio de Janeiro durante a República Velha

por Vitor Carletti / Comunicação Social do Campus Campos Centro publicado 21/08/2019 17h48, última modificação 10/10/2023 12h57
O lançamento da obra acontece no dia 29 de agosto, às 18h, no auditório Miguel Ramalho e terá uma mesa-redonda com o autor e professor do IFF Campos Centro Rodrigo Rosselini.
Lançamento do livro "Formando cidadãos fluminenses" acontece no dia 29 de agosto, no IFF Campos Centro.

Um mergulho nas origens do ensino público primário estadual é o que propõe o livro “Formando os cidadãos fluminenses: a escola primária no Rio de Janeiro durante a Primeira República (1889-1930)”. Escrita pelo professor do Instituto Federal Fluminense (IFF) Rodrigo Rosselini, a obra é um relato abrangente das políticas educacionais implantadas entre 1893 a 1931.

O lançamento do livro, pela Editora Essentia, será feito no auditório Miguel Ramalho, no dia 29 de agosto, às 18h, e contará com a participação do professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Carlos Eugênio Soares de Lemos.

Rosselini conta como se deu a transição do ensino doméstico, quando uma orientadora dava aulas a alunos de idades diferentes em casa, para os grupos escolares, que são a origem da escola primária atual. O autor detalha também o número de escolas investigado no período e até a transferência de professoras filhas dos desafetos políticos de quem estava no poder para áreas mais distantes.

“O Estado do Rio de Janeiro possuía, em 1896, 762 escolas públicas primárias. E esse número chegou a diminuir bastante. Primeiro, porque as escolas eram divididas em masculinas e femininas e depois elas são unidas e tornam escolas mistas e resultando na queda do número. Ao final do período, tinham 997 escolas primárias. Em Campos, em 1898, havia 79 escolas estaduais, sendo 31 femininas e 48 masculinas. Esse número é bastante reduzido, em 1900, cai para 44 escolas, 27 femininas e 17 masculinas. Essa redução tem a ver com questões orçamentárias, o fechamento de várias escolas onde não havia frequência de alunos e a instituição, em 1990, dos primeiros grupos escolares no Rio de Janeiro, criados nas principais cidades”, conta.

Início - O autor conta que inicialmente o objetivo era resgatar a história da escola Visconde do Rio Branco, mas que, à medida que os documentos foram surgindo, a pesquisa se desenvolveu para o âmbito estadual.

“O foco da análise se ajusta ao município de Campos para mostrar a execução dessas políticas (educacionais). Quando se trabalha com a legislação, por exemplo, há uma diferença entre o texto da legislação e o que de fato foi executado. Muitas políticas de educação não foram executadas como planejadas na legislação. Campos é um lugar de uma análise de uma política que se desenvolveu em todo o Estado do Rio de Janeiro”, explica.

O autor conta que pesquisou a legislação estadual sobre a educação primária do Rio de Janeiro, documentação oficial com a prestação de contas e mensagens trocadas entre os chefes dos Poderes enviadas à Assembleia Legislativa, relatórios dos inspetores educacionais que visitam os municípios, as publicações dos jornais campistas Gazeta do Povo, Monitor Campista e a Folha do Comércio. Ainda houve análise de material fotográfico. Rosselini disse que teve acesso a dois álbuns fotográficos. Um com as obras de melhoramento de Campos, em 1916, e outro lançado pelo governo do Estado, em 1922, como parte das comemorações da Independência do Brasil.