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Livro detalha as transformações do ensino primário no Rio de Janeiro durante a República Velha
Um mergulho nas origens do ensino público primário estadual é o que propõe o livro “Formando os cidadãos fluminenses: a escola primária no Rio de Janeiro durante a Primeira República (1889-1930)”. Escrita pelo professor do Instituto Federal Fluminense (IFF) Rodrigo Rosselini, a obra é um relato abrangente das políticas educacionais implantadas entre 1893 a 1931.
O lançamento do livro, pela Editora Essentia, será feito no auditório Miguel Ramalho, no dia 29 de agosto, às 18h, e contará com a participação do professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Carlos Eugênio Soares de Lemos.
Rosselini conta como se deu a transição do ensino doméstico, quando uma orientadora dava aulas a alunos de idades diferentes em casa, para os grupos escolares, que são a origem da escola primária atual. O autor detalha também o número de escolas investigado no período e até a transferência de professoras filhas dos desafetos políticos de quem estava no poder para áreas mais distantes.
“O Estado do Rio de Janeiro possuía, em 1896, 762 escolas públicas primárias. E esse número chegou a diminuir bastante. Primeiro, porque as escolas eram divididas em masculinas e femininas e depois elas são unidas e tornam escolas mistas e resultando na queda do número. Ao final do período, tinham 997 escolas primárias. Em Campos, em 1898, havia 79 escolas estaduais, sendo 31 femininas e 48 masculinas. Esse número é bastante reduzido, em 1900, cai para 44 escolas, 27 femininas e 17 masculinas. Essa redução tem a ver com questões orçamentárias, o fechamento de várias escolas onde não havia frequência de alunos e a instituição, em 1990, dos primeiros grupos escolares no Rio de Janeiro, criados nas principais cidades”, conta.
Início - O autor conta que inicialmente o objetivo era resgatar a história da escola Visconde do Rio Branco, mas que, à medida que os documentos foram surgindo, a pesquisa se desenvolveu para o âmbito estadual.
“O foco da análise se ajusta ao município de Campos para mostrar a execução dessas políticas (educacionais). Quando se trabalha com a legislação, por exemplo, há uma diferença entre o texto da legislação e o que de fato foi executado. Muitas políticas de educação não foram executadas como planejadas na legislação. Campos é um lugar de uma análise de uma política que se desenvolveu em todo o Estado do Rio de Janeiro”, explica.
O autor conta que pesquisou a legislação estadual sobre a educação primária do Rio de Janeiro, documentação oficial com a prestação de contas e mensagens trocadas entre os chefes dos Poderes enviadas à Assembleia Legislativa, relatórios dos inspetores educacionais que visitam os municípios, as publicações dos jornais campistas Gazeta do Povo, Monitor Campista e a Folha do Comércio. Ainda houve análise de material fotográfico. Rosselini disse que teve acesso a dois álbuns fotográficos. Um com as obras de melhoramento de Campos, em 1916, e outro lançado pelo governo do Estado, em 1922, como parte das comemorações da Independência do Brasil.