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Professor do IFF apresenta pesquisa na Suécia sobre detecção de falhas em aeronaves
Abertura do Congresso de Tecnologia Aeroespacial, 8 e 9 de outubro, em Estocolmo.
Quedas de aeronaves e mortes de passageiros e tripulantes marcaram a história recente do transporte aéreo mundial. O desafio da ciência é descobrir as causas das panes dos aviões. O professor dos Cursos de Telecomunicações e Informática do Campus Campos Centro, do Instituto Federal Fluminense, Paulo Victor Padrão Lopes é um dos pesquisadores que buscam essas respostas. Ele apresentou sua pesquisa sobre detecção de falhas em aeronaves autônomas no Aerospace Technology Congress 2019, evento que ocorreu nos dias 8 e 9 de outubro, em Estocolmo, na Suécia.
“Fui apresentar parte do trabalho que desenvolvo na minha pesquisa de dissertação relacionada a diagnóstico de falhas em aeronaves autônomas. E parte do trabalho foi apresentado no Congresso de Tecnologia Aeroespacial. Esse congresso foi organizado pela Academia Sueca de Engenharia Aeroespacial, em Estocolmo. Um dia depois desse evento houve um workshop Brasil-Suécia também na área de aeroespacial que era mais voltado só para cooperação entre instituições brasileiras, tanto de ensino quanto de pesquisa, e empresas também.”
A pesquisa consiste em apontar diagnóstico de detecção de falhas de sensores responsáveis pelo funcionamento dos aviões. Padrão irá concluir sua dissertação em Engenharia Elétrica com ênfase em controle, robótica e automação, feita na Universidade Federal do Rio de Janeiro em parceria com o Centro Aeroespacial Alemão, em fevereiro de 2020.
Padrão disse que os resultados da sua pesquisa irão ser testados em simuladores e depois, se aprovados, em aeronaves reais.
Últimas tragédias
As duas últimas grandes tragédias da aviação mundial mataram 346 pessoas. Em março de 2019, um avião da Ethiopian Airlines, que voava da capital da Etiópia, Adis Abeba, para Nairobi, no Quênia, caiu com 157 pessoas a bordo. Em outubro de 2018, uma aeronave da Lion Air matou 189 passageiros e tripulantes na Indonésia.
"Essa semana saiu o relatório final daquele acidente de outubro de 2018. E um dos motivos pelo qual o avião caiu foi justamente um sensor de ângulo de ataque que falhou. Então você vê a importância de a gente não só estudar mas aplicar isso em aeronaves reais. A diferença desse trabalho que eu estou fazendo para esse acidente que aconteceu é que, basicamente, eu apliquei em outros sensores e a aeronave que eu estava trabalhando era autônoma, ou seja, não tinha piloto. Então, o nível automação e o que você coloca em uma aeronave autônoma requer uma segurança ainda maior. Como não tem piloto, em caso de pane ou condição de voo não esperada, a própria aeronave tem que se auto-organizar para gerir o problema", explicou.