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Sala Verde define sua programação acadêmica para os próximos meses
Os professores Luis Umbelino (d), Ricardo Terra e demais integrantes discutem próximas ações (Noah Herlander Beccari)
Em pouco mais de uma década de existência, a Sala Verde teve seus perfis acadêmico e de atuação nas comunidades interna e externa mudados dando ênfase, principalmente, a temas envolvendo meio ambiente e geografia. Após a morte do professor José Maria Miro (veja destaque abaixo), geógrafo pesquisador que estava à frente na condução dos trabalhos nos últimos anos, os professores pesquisadores do Instituto Federal Fluminense (IFF) Luis Felipe Umbelino e Ricardo Pacheco Terra se reuniram com demais integrantes para definir novos rumos.
Diversas linhas de pesquisas e temas variados foram apresentados para debate e contribuições da equipe. Eles envolvem, entre, solo, recursos hídricos, populações, educação ambiental e o desejo de todos de a Sala atrair mais estudantes do IFF para participar. Nesse sentido, a calorada, momento em que novos alunos se integram ao campus, é um dos objetivos.
A Sala Verde tem feito uma troca acadêmica ao longo dos anos acolhendo projetos de pesquisa da graduação a pós-graduação, assim como tem oferecido ao segmento de pesquisa do Campus Campos Centro trabalhos de grande qualidade realizados por seus integrantes. Umbelino cita com orgulho a contribuição da iniciativa a professores como Vinicius Santos Lima e Raquel da Silva Paes. Vinicius e Raquel são egressos da Licenciatura em Geografia, oferecida no campus. Ele acaba de defender sua tese e ela está cursando o doutorado.
Estudante da Licenciatura em Geografia e ativo quadro da Sala, o terceiro Vinicius a fazer parte da equipe, Vinicius Santos Reis, está elaborando seu trabalho de conclusão de curso oriundo de uma das pesquisas orientadas pelo professor José Miro. "Um ponto forte da Sala Verde é a presença dos egressos. Daqui saíram um doutor, dois mestres e temos uma doutoranda", destaca Umbelino.
José Maria Miro
Um nicho sustenta em suas prateleiras recipientes de vidro com algumas espécies de peixe. Pelas paredes, banners dispostos lado a lado resumem trabalhos sobre corpos hídricos do Norte Fluminense. Em todas essas coisas está a presença direta ou não do servidor do IFF José Maria Ribeiro Miro, geógrafo que por seu vasto conhecimento e gosto pela pesquisa científica esteve na sala de aula legando expressiva contribuição para a pesquisa acadêmica do Instituto.
A Sala Verde tem sido conduzia ao longo dos anos por professores pesquisadores que, junto a egressos de cursos de graduação e pós-graduação do IFF, e também graduandos bolsistas, cuidam das atividades do dia a dia e da realização de projetos. O professor da área de Biologia Ricardo Terra foi durante tempos o mestre condutor. Da Geografia veio a contribuição do professor Luis Umbelino e nos últimos anos de José Miro. No dia 6 de janeiro de 2020 ele encerrou uma árdua luta contra um câncer que lhe impôs limitações na mobilidade.
Mesmo assim, até setembro de 2019 tomava o elevador de cadeirante para o espaço físico da Sala Verde, no segundo andar do Bloco A do Campus Campos Centro. Chegou a passar meses em cima de uma cama. Com força de vontade, retornou a IFF com andador e depois muletas para as reuniões na Sala Verde e o contato revitalizador com parceiros como a professora Leidiana Alonso Alves, formada na Licenciatura em Geografia do IFF e mestra da área pela Universidade Federal Fluminense. Aluno, bolsista e apaixonado pelo projeto, Vinicius Santos Reis era outro de seus fiéis assistentes.
"Zé Maria tinha uma alma de pesquisador", comenta o professor Ricardo Terra. Na reunião de abertura dos trabalhos do ano da Sala Verde e a primeira sem a presença física de Miro, seu legado foi lembrado por todos e destacado como desafio de continuidade.