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Trabalho de egressa da Licenciatura em Geografia é lançado por editora alemã
O livro será comercializado em formato convencional e digital.
As ações humanas (antrópicas) desenvolvidas no entorno das lagoas que compõem o Sistema Campelo – a Lagoa do Campelo e outras 16 – tem determinado uma diminuição do espalho d’água das unidades hídricas. Imagine um prato raso, onde se vê um pouco de água. Todo entorno representa área seca. Essa é a situação das lagoas. A conclusão dramática a que chegam os pesquisadores é que elas estão desaparecendo. O trabalho resultou no livro entitulado Variação Temporal dos Espelhos D’água das Lagoas do Sistema Campelo/RJ, publicado pela editora alemã, Novas Edições Acadêmicas.
O livro, nos formatos convencional e digital, vai ser comercializado pela editora em vários países e deve entrar no sistema on-line na próxima semana . Não há uma previsão ainda de lançamento pela autora visto que o custo dos exemplares é em Euros. Leidiane soube do sistema dos alemães e submeteu seu trabalho conseguindo a publicação. Um dos pontos de interesse que a obra desperta é o fato de o assunto ser pouco estudado, como a autora constatou em suas leituras bibliográficas, na fase de composição da monografia e após.
- Eu acho que é um trabalho que veio num momento interessante, em que a gente vive uma situação delicada, em que as lagoas citadas no trabalho estão secas. Com essas chuvas dos últimos dias, algumas delas voltaram a ter água, como a Lagoa do Campelo. Mas é muito rápido. Há mais de 70 pescadores cadastrados na associação e eles não têm de onde tirar seu sustento. Então, esse trabalho é importante para despertar sobre o que está acontecendo nas lagoas da região. Nós tínhamos 200 e hoje a gente não consegue contabilizar nem 100 em Campos – detalha Leidiana.
Fatores múltiplos - A pesquisa mostra que entre as intervenções humanas estão a ocupação de áreas para agricultura, pastagem e expansão urbana. Recorrendo ao método da Análise Ambiental, Leidiana e seu orientador, o geógrafo José Maria Ribeiro Miro, trabalharam com a relação entre o nível dos espelhos d’água e os padrões esperados para um determinado período analisado.
Nessas considerações contam, por exemplo, fatores como as chuvas e a evaporação. Ao correlacionar as áreas das lagoas com seus espelhos d’água, os estudiosos constataram o progressivo desaparecimento dos corpos hídricos. A precipitação representa 30% de fator de interferência na correlação, mas há outros 70% formados por vários fatores naturais e humanos.
- Esse trabalho da Leidiana fala sobre quanto, no sistema ambiental, a precipitação contribui para a variação do espelho d’água de lagoas em Campos. Será que quando chove muito aumenta o espelho d’água? Parece uma correlação obvia, o trabalho mostrou que não, que tem outras variáveis que precisam ser consideradas. Algumas físicas naturais, vamos dizer assim, evapotranspiração, vento seco ou úmido, e tem as antrópicas: quantos canais estão chegando nessa área, os canais estão com as comportas abertas ou fechadas? A irrigação dos agricultores – pequenos, médios e grandes – qual é o modelo de irrigação? Isso acaba refletindo na quantidade de água que há na lagoa – explica José Maria.
Antonio Barros - Comunicação Social do Campus Campos Centro