Notícias
Inclusão
Palestra sobre capacitismo promove reflexão no Campus Macaé
Na última quarta-feira, 24 de setembro, estudantes do Campus Macaé e seus responsáveis participaram de uma palestra sobre capacitismo, promovida pela equipe pedagógica do campus. O evento teve como objetivo ampliar a compreensão sobre as barreiras enfrentadas por pessoas com deficiência (PCD) e fomentar uma cultura de respeito, inclusão e empatia no ambiente escolar.
A palestra foi conduzida por Lúcia Anglada, conhecida como Lúcia do Mopam, coordenadora da Clínica do Autismo da Prefeitura de Macaé, que abordou o conceito de capacitismo — a discriminação e o preconceito contra pessoas com deficiência — e suas manifestações cotidianas, muitas vezes sutis, mas profundamente excludentes. “A inclusão começa na aceitação. Não tenham vergonha de perguntar como ajudar e não tenham receio de buscar tratamento”, destacou a palestrante, que falou também sobre bullying e sobre sua experiência como mãe atípica.
Para relatar sua experiência como autista, a professora Júlia Bezerra de Araújo foi convidada por Lúcia. A jovem falou sobre a importância do diagnóstico e da inclusão. "A sociedade inclusiva é importante para mim e para você porque uma hora a exclusão chegará em você", disse ela referindo-se aos vários tipos de exclusões, seja por religião, sexo, cor ou transtorno.
Um dos momentos mais marcantes do encontro foi a participação ativa de estudantes PCD, que compartilharam suas vivências na escola e fora dela. Relatos emocionantes trouxeram à tona desafios como a falta de acessibilidade, o olhar estigmatizado e a ausência de representatividade. Ao mesmo tempo, os alunos também destacaram conquistas, amizades e o papel transformador da educação inclusiva.
Portadora de fibromialgia, a estudante Lara Martins Medeiros, do segundo ano de Eletrônica, falou sobre a importância do acolhimento pelo Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas (Napne) e pelo psicólogo do IFF, incentivando os demais a procurarem os serviços, caso sintam necessidade. “O IFF é muito solícito. Entenderam e me trouxeram conforto”, relatou. Também participaram os estudantes João Pedro Lima Magnago, deficiente físico, que falou sobre capacitismo, e Rayanne Vitória Passos Freire, que falou sobre os desafios do sujeito surdo.
Responsáveis presentes elogiaram a iniciativa e ressaltaram a importância de espaços como esse para promover o diálogo e a conscientização. “Nunca pense que uma pessoa com deficiência é incapaz, ela consegue voar do seu jeito”, comentou uma mãe ao final da palestra.
Para os servidores do campus, Lúcia participou da atividade realizada à tarde que teve como tema: “Para Além do Acesso: A Acessibilidade Atitudinal na Construção do Conhecimento”.
A ação faz alusão ao Setembro Verde, mês de conscientização sobre a inclusão de pessoas com deficiência, cujo Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência é comemorado em 21 de setembro.