CAMPUS MACAÉ

Rio Macaé, conhecer para conservar: usos de redes sociais para Educação ambiental aplicada ao Gerenciamento de Recursos Hídricos.

O projeto "Rio Macaé, conhecer para conservar" é uma iniciativa de educação ambiental que tem como foco a criação de materiais didáticos, com foco na divulgação científica para fins de difusão de conhecimento e sensibilização da comunidade local a respeito das ameaças à Bacia Hidrográfica do Rio Macaé.
Dados científicos evidenciam que a região passa por crise hídrica, pouco conhecida e debatida pela sociedade. O Plano de Recursos Hídricos da RHVIII, aponta que num cenário de desenvolvimento integrado, o balanço hídrico (que confronta a água disponível e a água consumida em toda a rede de drenagem), já demonstrava comprometimento superior a 80% da Q7,10, a partir de 2022 no principal trecho de captação das atividades produtivas da nossa cidade (captação da Severina). Mas ainda em 2012, os dados já apontavam comprometimento de 64% da disponibilidade hídrica neste mesmo trecho que concentra várias captações: abastecimento público (CEDAE), industrial (Petrobras) e para termelétricas. Pelas normas adotadas pelo INEA (para mais de 50% da Q7,10), as emissões de novas outorgas não devem ser possíveis. É importante destacar que, conforme vivência da população, a cidade de Macaé já vem sofrendo constantemente com desabastecimento, que além de outras razões, está o aporte reduzido de água do nosso principal manancial.
E é essa crise hídrica, pouco conhecida e debatida pela sociedade tem sido o principal foco das intenções de divulgação cientifica do projeto ao longo do ano 2023.
Há interesses em instalar no município de Macaé e região um total de 18 empreendimentos, desses, 10 novas usinas termoelétricas, um porto e uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH). Uma tragédia anunciada não só para o município, mas para toda região.
Difundir essas informações, bem como outras pertinentes a conservação da bacia e dos recursos fundamentais à vida da população é fundamental para empoderá-la a participação ativa nas decisões que afligem seu modo de vida e futuro.
Para trabalhar nesta vertente o projeto criou como principais ferramentas, um perfil no instagran; o concurso de fotografias “”O Rio” e uma HQ, denominada “À Margem de um Rio: percepções da escassez hídrica”. Tais estratégias reforçam questões que também são abordadas nas exposições do projeto à escolas da região.
Recentemente, as redes sociais têm se tornado o principal meio de divulgação científica, especialmente pelo alcance de públicos que têm pouco ou nenhum conhecimento sobre os assuntos. Assim, posts do projeto Rio Macaé no Instagram tem como alvo a criação de uma rede de divulgação, interação e discussão acerca dos assuntos relevantes para a conservação da Bacia Hidrográfica do Rio Macaé e outros de relevância ambiental. Com isso, o público pode manter-se cativo e engajado após participação das exposição, pelo uso dessas estratégias.
O concurso de fotografias "O Rio", é uma das ferramentas de divulgação científica de maior expectativa. Com o concurso, os alunos de escolas públicas são convidados a serem agentes ativos de denúncia das condições precárias em certos pontos da BH, e, também, apreciadores da beleza natural dos rios que a compõem.
Ademais, outro importante ponto que surge quando se discute a democratização da educação ambiental são os elementos lúdicos como facilitadores do aprendizado por crianças e adolescentes. Para isso, o projeto conta com HQs digitalizadas e disponíveis para download e impressão, que podem ser utilizadas como material pedagógico pelos professores nas escolas para que se propague ainda mais o valioso conhecimento sobre a preservação da BH do Rio Macaé de forma divertida, criativa e de fácil absorção desde a mais nova idade.
Sendo assim, nota-se que as ferramentas de divulgação científica estão profundamente ligadas a missão que o projeto assume de construir conteúdos didáticos, de qualidade, facilmente acessíveis e eficazes em engajar o público na conservação dos corpos hídricos e ecossistemas que compõem nossa Bacia Hidrográfica e que são essenciais à qualidade de vida nos municípios integrantes.