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ECONOMIA CRIATIVA
Projeto transforma lixo eletrônico em objetos de decoração
A professora Nathalie Azevedo e as alunas participantes do projeto. Fotos: Vitor Carletti
O acúmulo de resíduo eletrônico é uma realidade nas famílias, empresas e instituições brasileiras, e o descarte correto virou um verdadeiro problema social e ambiental. Como descartar celulares, computadores, tablets, Smart Tvs quando estragam de forma apropriada sem agredir a natureza é uma das indagações sem respostas claras e acessíveis. Mas, há caminhos alternativos. O projeto do Instituto Federal Fluminense Campus Campos Centro “Do lixo ao luxo” prova que é possível transformar o lixo eletrônico em objetos de decoração e dar novos belos contornos ao que iria para debaixo da terra.
Professora do Curso de Automação e coordenadora do projeto, Nathalie Azevedo explica que as carcaças de computador não são recicláveis e que o destino delas é o aterro sanitário. O artesanato com esses materiais é uma alternativa que pode gerar uma renda extra no final do mês e um estimulo à economia criativa.
“ [Com] As teclas de um teclado a gente consegue dar um design assim de um relógio de parede. Ou fazer um porta-retrato e escrever o nome da pessoa também com essas teclinhas. A gente consegue pegar os gabinetes desses computadores, as placas que queimaram, a gente tira o miolo e fazer disso uma estante para livros. A gente consegue pegar essa placa, utiliza o recorte delas e cria chaveirinhos. Porque hoje a gente tem até empresas que trabalham com isso”, descreve.
A iniciativa faz parte do programa “Jovens Talentos” da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj). No edital, recebeu o nome científico “Aplicando práticas de logística reversa nos equipamentos dos laboratórios do Curso Técnico em Automação Industrial do Campus Campos Centro”, mas foi rebatizado pelas alunas e a professora. Elas vão ensinar as técnicas de transformação na Semana do Saber-Fazer-Saber que acontece no campus nos dias 30 e 31 de agosto.
“Durante a Semana do Saber-Fazer-Saber, a gente vai fazer uma exposição com tudo que a gente criou a partir disso. E aí depois a gente vai fabricar para pessoa que for nos visitar, vamos ter os tecladinhos com as letrinhas e vamos presentear os visitantes. O nosso principal objetivo é fazer com que as pessoas que cheguem tenham essa ideia de que aquilo ali elas podem fazer na casa delas. E ser um negócio. Porque hoje a gente tem empresas que conseguem vender isso com preço. Às vezes têm pessoas com situação financeira ruim e vai ter um valor agregado”, afirma.
Segundo a professora, os materiais utilizados no projeto fazem parte do resíduo eletrônico do IFF Campos Centro e, se fossem descartados no aterro, poderiam demorar mais de 200 anos para se decompor na natureza.
O projeto possui quatro alunas: duas do Curso de Automação Industrial, uma do Técnico em Informática e outra do Técnico em Edificações. “O nosso objetivo é trabalhar com as redes sociais. Assim, a pessoa vai ver como tirar a peça para não quebrar, cortar com esse furador e fazer com os equipamentos certos para não se machucar.”