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Documentário
Campus realiza evento que discute a desapropriação no Açu
A produção do documentário é a culminância do projeto realizado com a turma do 1º ano do Ensino Médio do campus, no ano de 2015. O professor Marcus Silva, um dos coordenadores do trabalho, explica que o objetivo das discussões é que o aluno possa entender melhor a comunidade ao seu redor. “Lembra daquela frase ‘estou estudando isso pra que?’, que ouvimos recorrentemente? O projeto tentou trabalhar um pouco nesse aspecto”, comenta.
Antes da confecção do documentário, os alunos leram e refletiram sobre a temática da desapropriação na região do Açu para construção do Porto. A partir disso, foram divididos em grupos de trabalho, de acordo com a sua afinidade com cada área. “Temos esquipes responsáveis pelo roteiro, pela edição, trilha sonora, direção, argumento, pesquisa de campo, etc. Produzimos mais de 30h de documentário, gravando com agricultores e intelectuais da região e capturando imagens de eventos que tratavam do tema”, explica.
Ainda de acordo com Marcus, o projeto possibilitou que os alunos pudessem desenvolver habilidades pessoais variadas. “É imprescindível que a escola dê importância e valorize a diversidade. O Ensino Médio deve ser um espaço de descoberta pessoal para os estudantes”.
O estudante Paulo Adriano Duarte ficou responsável pela trilha sonora do documentário. “Pesquisei as músicas para a trilha sonora e ajudei na gravação de um rap sobre o tema. Eu já sabia de algumas coisas sobre a situação da comunidade do Açu, mas, ao me aprofundar na questão, por meio do projeto, eu vi que o que aconteceu lá foi muito além do que eu sabia. Da mesma forma que ocorreu comigo, acho importante que a população também tenha acesso a essas informações; às vozes que não foram ouvidas”.
Além do professor e dos estudantes, integram a equipe do projeto as professoras Tatiana Ferreira e Nina Barreto, da área de Geografia e o professor Luciano Ferreira, da área de Filosofia.
“Não foi um projeto fácil – avalia Marcus. Tirou os professores e alunos da zona de conforto, mas os resultados são excelentes e animadores. Após um ano, podemos perceber que os estudantes possuem mais argumentos críticos sobre a realidade em que vivem e entendem melhor o processo de instalação do Porto do Açu", finaliza.