Programa Pensar promove capacitação em escolas públicas de Bom Jesus

O programa beneficia diretamente cerca de 3.870 escolares atendidos nos segmentos de creche a nono ano do Ensino Fundamental do município, além de pais e colaboradores.

 Promover a saúde, evitar desperdício de alimentos, capacitar profissionais, conscientizar famílias inteiras. Essa é a proposta do Pensar – Programa de Educação Nutricional e Segurança Alimentar, que objetiva capacitar e treinar manipuladores de alimentos de 32 escolas públicas de Bom Jesus do Itabapoana para garantir a segurança alimentar e a redução do desperdício nas instituições. A ideia surgiu a partir da preocupação de profissionais do IFFluminense com recentes surtos de doenças transmitidas por alimentos (DTAs) no município, que atingiram número significativo de escolares. No contexto brasileiro, as creches e escolas representam o terceiro local de maior ocorrência de surtos de DTAs, segundo descrito pelo Ministério da Saúde.

 Buscando mudar essa realidade, o Pensar realiza palestras de sensibilização, não só para os profissionais diretamente ligados à produção alimentar nos educandários, mas também para gestores dos órgãos competentes, pais e responsáveis, beneficiando toda a comunidade. “Existe esforço e interesse em obter melhoras nas condições e refeições oferecidas. Os pais também nos surpreenderam. Ao final das palestras, sempre ficamos rodeados de pais fazendo perguntas sobre como melhorar a alimentação dos seus filhos. Isso é o que queríamos”, conta a coordenadora do Programa, Renata Mariano.

 A presença do IFFluminense nas escolas tem feito a diferença e gerado impactos positivos. “O trabalho vem de uma instituição de muita credibilidade, que tem total consonância com aquilo que já vínhamos discutindo e implementando”, disse a secretária de educação, Silvia Elena Linhares, que também elogiou o modo como o trabalho vem sendo desenvolvido. “A equipe mostrou, por meio de slides, as próprias falhas da instituição. Assim, as pessoas se viam e identificavam o que não estava dentro das regras; elas mesmas detectavam as falhas nas próprias ações. Isso foi muito didático e realmente começou a se tornar uma cultura. Apesar de as pessoas não gostarem de reconhecer seus erros e dificuldades, o programa consegue colocar isso de uma forma sutil, didática, pedagógica. Temos percebido os resultados”, acrescenta. A secretaria investiu recentemente em reformas nas estruturas físicas dos educandários, adequando os ambientes às exigências das boas práticas de fabricação.

 Além da capacitação para melhoria da qualidade das refeições oferecidas aos alunos, o programa também objetiva o incremento do valor nutricional delas, por meio do aproveitamento integral dos gêneros alimentares. Entre as ações previstas para 2017, está o desenvolvimento de receitas para minimizar o desperdício, que vem sendo mensurado por meio da aplicação de fichas de verificação. As informações obtidas ajudarão a planejar treinamentos e, ainda, solucionar problemas identificados nas instituições. “O simples preparo do alimento sem uma técnica determinada compromete não apenas o valor nutricional, mas também a sua segurança”, destaca Renata.

 

A coordenadora, Renata Mariano, ministra palestras.

Equipe do projeto e representantes das escolas.

Pais e funcionários foram receptivos ao programa.

O valor nutricional dos alimentos é um dos focos.


 Cecane
– O programa Pensar surgiu a partir do projeto de extensão “Verificação de boas práticas de higiene e cuidado no preparo de alimentos dos centros de educação infantil no município de Bom Jesus do Itabapoana”. Um dos fatores que impulsionou a ampliação desse projeto é o fato de o Instituto Federal Fluminense ser uma das 13 instituições federais de ensino superior habilitadas como Centros Colaboradores em Alimentação e Nutrição Escolar (Cecane), criados para buscar parcerias e implementar ações de apoio ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). “O Pensar será proposto como modelo para implementação de uma unidade atrelada ao Cecane, prestando-se como referência e apoio para desenvolver ações e projetos locais no âmbito do Pnae”, explica a coordenadora.

 Equipe – O programa é atendido por uma equipe multidisciplinar, formada pela coordenadora, Renata Mariano; pelas professoras Ligia Rebello, Katia Kawase, Aurea Yuki, Sheila Andrade, Marisa Botelho e Juliana Vidigal; pelos nutricionistas Tatiana Silva, Isabelle Santana e Sidiclei Rangel; e pelos alunos do curso superior em Ciência e Tecnologia de Alimentos Keila Zanardi, Neyara Barbosa, Náyra Francisco, Letícia Oliveira, Adaelson Junior, Gisele Polvarini e Gustavo Louvain.



Comunicação Social do Campus Bom Jesus