Projeto do Campus Avançado Cambuci visa à propagação vegetativa de espécie com risco de extinção

Com a multiplicação do cambuci, será possível fornecer mudas para os produtores da região, que poderão produzir e beneficiar os frutos, que levam o nome do município.

 O Projeto de Pesquisa “Enraizamento de estacas de Cambuci (Campomanesia Phaea) em diferentes ambientes de enraizamento e concentrações de ácido indolbutírico”, de autoria do professor e coordenador do Curso Técnico em Agropecuária do Campus Avançado Cambuci, Reynaldo Amim, com a participação do bolsista João Victor Panisset, tem o objetivo de avaliar a propagação vegetativa do Cambuci pelo método da estaquia.

 De acordo com Reynaldo, o cambucizeiro produz frutos comestíveis, geralmente usados para o beneficiamento de cosméticos, bebidas e doces, e é uma espécie endêmica do Brasil, ocorrendo nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. “A nomenclatura popular 'cambuci' é de origem indígena. O fruto também dá nome ao município onde o campus está sediado, devido à grande ocorrência dessa espécie na região, na época da criação de Cambuci, segundo moradores antigos”, conta.

(Cambuci - Fonte: Google Imagens)

 O professor revela que o interesse pelo projeto surgiu devido à demanda dos próprios alunos e de pessoas do município, que buscavam informações sobre o Cambuci, considerado uma espécie vulnerável à extinção pela International Union for Conservation of Nature (IUCN, 2016).

 “A propagação do cambucizeiro é normalmente realizada por sementes, porém são escassas as informações sobre a propagação vegetativa desta espécie. Com a sua multiplicação, pelo método da estaquia (propagação assexuada), será possível fornecer mudas para os produtores, contribuindo para o desenvolvimento ambiental e socioeconômico da região, devido à possibilidade de reflorestamento e prodão do fruto, o qual poderá ser vendido, in natura ou beneficiado, gerando renda aos produtores rurais da região", destaca Reynaldo.  

(O professor Reynaldo durante aula prática com os estudantes)

 O projeto começou a ser desenvolvido este ano, e o primeiro experimento foi realizado nos meses de outubro e novembro, período em que há brotações novas do cambucizeiro para a obtenção das estacas. “Não houve sucesso no enraizamento, que serviu como um teste inicial para a montagem dos próximos. Imagina-se que as estacas morreram devido ao excesso de umidade no substrato. Na próxima tentativa, vamos avaliar outros tipos de substratos, com uma irrigação mais controlada, além de fazer o teste em câmara de nebulização, que será realizado na Uenf”, explica Reynaldo, ressaltando que o cambucizeiro é uma espécie da família myrtaceae, que apresenta dificuldade de enraizamento de estacas.

 O professor destaca, também, a possibilidade de aprendizado para os estudantes durante a condução da pesquisa. “Além do bolsista, todos os alunos do campus terão ganhos de aprendizagem, pois o projeto será utilizado para ministrar aulas práticas, nas quais os estudantes poderão observar as teorias vistas em sala de aula e realizar as técnicas de propagação de plantas com outras espécies”, finaliza Reynaldo.

(O bolsista João Victor trabalha no projeto)

Campus Avançado Cambuci com Comunicação Social da Reitoria